Filmes desastre, com crianças e muitas mortes fazem sucesso e arrancam com facilidade litros de lágrimas da plateia. O Impossível segue a risca essa fórmula. O longa conta a história real de uma família espanhola que estava na Tailândia durante o terrível tsunami que assolou o país em 2004.
Tudo começa com a chegada do casal e seus três filhos ao
país. De férias durante o Natal, a ideia era relaxar e tentar esquecer os
problemas cotidianos como a possível demissão do pai. A paz dura pouco e, nos
primeiro minutos da história, o tsunami acontece.
Após a bem feita cena da água invadindo o hotel no qual a família
está hospedada, o foco fica em Maria (Naomi Watts), a mãe e seu
filho mais velho, Lucas (Tom Holland). É através da perspectiva dos dois que o
espectador assiste a luta contra a água, os terríveis machucados causados pela
destruição e o desespero por ficar perto do filho, mas sem ter o poder de defendê-lo.
Pelo contrário, é o garoto que precisa encontrar em si uma maturidade escondida
para manter-se firme enquanto ajuda sua mãe a sobreviver.
Do outro lado, está o marido Henry (Ewan McGregor) e os dois
filhos mais novos. A função dele na roteiro é mostrar os
sobreviventes enlouquecidos na busca por alguma pista sobre seus familiares desaparecidos.
As cenas da catástrofe e a maquiagem dos ferimentos são
pontos bem-sucedidos. Assim como os efeitos sonoros, com diversos barulhos
altos e fortes seguidos por momentos de silêncio e calmaria.
Em filmes desse tipo é comum que o desastre seja o foco principal,
enquanto os atores servem como coadjuvantes e testemunhas oculares da
destruição. Em O Impossível o peso se inverte, e a tragédia é apenas o pano de
fundo dos atores, que, by the way, estão excelentes. Eles levam o público a sentir as dores,
emocionais e físicas, que estão sentindo, enquanto interagem com outras
personagens, permeando as histórias de diferentes vitimas.
No próprio trailer e cartaz, o espirito humano é vendido
como a força moral do filme. Na verdade eu achei o instinto pela sobrevivência muito
mais forte. Claro que não dá pra ignorar o coração solidário de diversas pessoas
que ajudaram ao máximo as vitimas sem esperar nada em troca. Como, por exemplo,
um grupo de nativos que procura por sobreviventes sozinhos e ao encontrarem
Maria e Lucas, literalmente os carregam até o hospital.
Quem não aguenta cenas fortes e muito sangue talvez deva
tirar da lista este filme. Caso contrário, vale a experiência e também a alta
dose de emoções proporcionadas pela história.
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