Existem poucos lugares melhores que um hospital psiquiátrico para se começar um filme. E é lá que se inicia O Lado Bom da Vida, com Pat Peoples (Bradley Cooper) malhando no pátio da instituição quando se encontra com sua mãe. Ela não quer esperar o fim do tratamento para retirá-lo do local, por isso assina um termo de responsabilidade e se compromete a colocá-lo sob terapia e uso de medicamentos.
Ao voltar para casa, o grande interesse de Pat não é retornar
à rotina e reconstruir sua vida, mas sim malhar muito e ler
vários clássicos da literatura para ficar bonito e culto, e reconquistar a
esposa, Nikki. Neste caminho ele é apresentado à Tiffany (Jennifer Lawrence), uma jovem vizinha
viúva, que também está tentando - à sua maneira - reconquistar sua sanidade.
"Se as nuvens estão bloqueando o sol, sempre tento ver aquela luz por trás delas, o lado bom das coisas, e me lembro de continuar tentando" (Pat)
No melhor estilo tragicomédia, o filme encantou por ser
muito humano e repleto de bons diálogos, além de apresentar um elenco bem
preparado e cheio de estrelas.
Particularmente fiquei mais envolvida com o
livro homônimo que deu origem ao filme. A obra de Matthew Quick apresenta um personagem principal muito mais louco e instável que o
Pat do cinema. Não entendi as escolhas do diretor David O. Russell para a
adaptação, talvez um pouco de medo de ousar, ou talvez muita coragem de pegar uma
história e dar a ela um caminho diferente.
De qualquer maneira, o enredo é bom e é interessante que ele tenha sido contado de duas maneiras distintas. Pontos essenciais se mantém entre as obras, como a
loucura que há em todos nós, alguns um pouco mais aparentes do que outros,
alguns com mais necessidade de ajuda do que outros. E também a força da amizade entre Pat a Tiffanny, que mostra como dores parecidas ajudam a amenizar a
solidão.
"É melhor ser gentil do que ter razão" (Pat)
O crescimento e o processo de cura do casal principal dão um
respiro às produções hollywoodianas, que poucas vezes trazem para as telas do
cinema histórias simples, mas carregadas de emoções cotidianas. E mais raro
ainda é um filme como esse figurar entre um dos mais indicados ao Oscar, o
que pode não significar muito em relação a qualidade da obra, mas garante a ela
uma visibilidade que talvez não tivesse se não participasse da premiação.
Tive a chance de entrevistar o autor do livro que deu origem ao filme. Nossa conversa foi publicada no site da revista VEJA. Quem quiser ler é só clicar aqui.
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