Dia 23 de abril estreia a tão aguardada adaptação de Tim Burton para Alice no País das Maravilhas. Vi o filme há algumas semanas e o veredicto é obvio, afinal, qual a chance de pegar uma das melhores histórias da literatura ever, dar na mão do melhor diretor de arte ever, juntar com atores como Johnny Depp, Helena Bonhan-Carter e Anne Hathaway, e dar errado?
Não tinha como dar errado e não deu. Mas isso também não significa que seja o melhor filme de todos os tempos, e muito menos o melhor da carreira de Burton. O longa tem todos os elementos de um bom filme, mas deixa a desejar um pouco na qualidade dos cenários computadorizados, na utilização do recurso 3D e também na fidelidade aos diálogos nonsense inicialmente propostos por Lewis-Carroll.
Em contrapartida, o elenco é ótimo, assim como o figurino e a representação artística de uma nova “Wonderland”. E a filosofia base da história ganha com a nova jornada de auto-conhecimento da identidade da já crescida Alice (e de seus fãs sentadinhos lá na poltrona do cinema).
Resumindo, entre mortos, feridos e animais falantes, a viagem vale a pena e o ingresso será bem pago.
Nessa viagem, ela reencontra personagens como a Lagarta Azul e seus questionamentos sobre quem a menina loira acha que é, afinal, que ela é Alice ele já está cansado de saber. Ela também revê o Gato de Cheshire e o Chapeleiro Maluco em seu eterno chá da tarde. Todos estes querem que seu país seja liberto da maldade da Rainha Vermelha, que tomou a coroa de sua irmã boa, a Rainha Branca, e esperam que Alice os ajude, assim que ela realmente descobrir sua identidade.
Nessa procura interna de quem é a Alice, muito é falado sobre o crer no impossível e também sobre como o não se encaixar nos padrões estipulados te torna um “maluco” e/ou “lunático”. Pensando em quem dirigiu o filme, é fácil entender porque esses assuntos são tão destacados, afinal, quem ai acha que Tim Burton era considerado normal no colégio? E também, quão impossíveis são as coisas no mundo para um cara que inventou histórias como Peixe Grande e Edward Mãos de Tesoura?
Volto a levantar a bandeira da imaginação das crianças (já citadas em posts anteriores), que podem entender pouco a mensagem do livro originalmente feito para elas, mas garanto que arrasam na hora de assimilar um mundo onde tudo pode acontecer e não existe nenhum adulto para colocar limites ao que é ou não possível.
E no melhor estilo Alice, toda semana eu sou desafiada por um amigo a escrever em um pedacinho de papel todas as coisas que quero que aconteçam, mas que são impossíveis para mim. O exercício é válido, e o resultado muitas vezes satisfatório. Coisa de maluco. Sim, com certeza. Mas todo bom maluco, do Chapeleiro até Policarpo Quaresma, são para mim os personagens mais interessantes, apaixonados e educativos que a história da literatura poderia me apresentar.
Hum, acho que sim. Você é totalmente louco. Mas vou te contar um segredo: todas as melhores pessoas são! (Alice)
Lindo esse filme, é algo realmente emocional e físico (:... so tem quem mesmo imaginação e uma cabeça alem entende realmente .
ResponderExcluirNão consegui ver ainda! Não li seu post por conta disso, spoiler alert.
ResponderExcluirFui assistir ao filme assim... sem graça... que eu vi tanta metralhada.
ResponderExcluirAchei o filme bom, mas que poderia ter surpreendido mais.
A melhor critica que tinha lido antes do filme foi sagaz. A introdução do livro diz que ele eh um dos classicos da distoria para crianças. E poe entre parenteses: só para crianças?
Tim burton tirou a interrogação. Fez um filme bem infantil.
Outra crítica, falava da Alice ser inglesa demais para o norteamericano Burton. Mas achei injusta. Hahahaha.
;)