quarta-feira, 19 de maio de 2010

Distrito 9

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 Muuuito atrasada, venho através deste blog falar sobre o filme Distrito 9. O DVD já está nas locadoras há cinco séculos – mentira, mais ou menos um ano é a resposta certa - mas a vida me impediu de vê-lo antes...
Sem mais delongas, peço, primeiramente, a todos os que odeiam ficções cientificas e filmes de alienígena, que antes de julgar, deem uma chance a Distrito 9.
Dirigido pelo sul-africano Neill Blomkamp, a história se passa em Joanesburgo, onde uma nave alienígena estaciona acima da cidade e fica lá, flutuando, sem ameaçar a humanidade, ou explodir algum monumento norte-americano.
Desconfiados, os humanos invadem a nave e encontram um monte de seres alienígenas, sujos e desnutridos, presos ao nosso planeta, não por opção, mas porque não conseguem mais voltar para seu planeta de origem.
Para ajudá-los, a ONU fictícia, que no filme se chama MNU, cria um vilarejo para esses seres viverem, o que logo vira uma favela militarmente cercada. Excluídos e tratados como seres inferiores, os aliens são marginalizados e impedidos de circular por lugares considerados “só para humanos” – qualquer semelhança com o apartheid não é mera coincidência. 

  “Ao lidar com aliens, tente ser educado, mas firme. E sempre se lembre que um sorriso é mais barato que uma bala de revolver” (Instruções da MNU)


Um recurso redundante, mas necessário no filme, é a narrativa em forma de documentário que ocupa cerca de 50% da história. Enquanto você assiste as notícias produzidas pelos jornais dos humanos, no confortável sofá da sua casa, você sente o repúdio que todo bom jornal elitista cria para com as classes inferiores, no caso, os ETs, e acha que nada é mais correto do que mantê-los excluídos e bem longe da graça e charme dos humanos.
E óbvio que, quando a história é vista por outro ponto de vista, você percebe que tudo que esses seres mais querem é voltar para seu lar, e também que não tiveram a mínima abertura social para tentarem se encaixar e sobreviver com dignidade entre os terráqueos. 


 “Quantas luas nosso planeta têm?” (Criança)
“Sete” (Pai)
“Esse planeta só tem uma, né? Mal posso esperar para ver nosso planeta de novo... é maior que esse? (Criança)
“O suficiente” (Pai)

O nome do filme é uma alusão ao District Six, um distrito criado na Cidade do Cabo, na África, durante o período do apartheid, que obrigou cerca de 60 mil negros a deixarem seus lares para viverem lá.
O ápice da história – não vou contar exatamente o que é para não estragar sua surpresa – é o momento que faz com que literalmente possamos enxergar o outro lado, das pessoas que sofrem preconceitos, que são induzidas ao vício, que são excluídas, injustiçadas e deixadas a mercê de um sistema que só pensa em si próprio e no crescimento do capital, mesmo que isso custe a vida de pessoas, animais e recursos naturais, considerados menores e sem importância para quem detém o poder. 
E para os admiradores de premiações, Distrito 9 chegou a levar quatro indicações ao Oscar 2010: Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhores Efeitos Especiais. 



2 comentários:

  1. É um filme legal; não tenho vontade de rever, como tantos outros de sci-fi de que gosto tanto, mas é legal, leva à reflexão.

    Provavelmente, algum dia farão un Distrito 10...

    Abraços.

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  2. Existem pessoas que odeiam ficções científicas e filmes de alienígena? Bleh.

    O estilo de um filme, de uma música, de um livro, não quer dizer nada. As pessoas deveriam gostar de filmes bons e não gostar de ruins, simples assim.

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