sábado, 26 de janeiro de 2013

As Aventuras de Pi



Na hora de ver um filme ele precisa antes se encaixar em uma das minhas categorias imaginárias. São elas: filmes para assistir na sessão da tarde, para ver no computador ou em DVD, para ver no cinema e para ver em cinema 3D. Sendo exatamente nessa ordem crescente o tipo de importância que dou à produção.
As Aventuras de Pi é um filme para ver em cinema 3D, mais de uma vez se possível. O longa é um dos mais bonitos que já vi na vida. A sensibilidade da história, unida a efeitos especiais tão mágicos e um 3D tão particularmente bem pensado, me deixaram atônita e impressionada. Mais uma vez o diretor Ang Lee traz uma obra de arte em forma de filme para as telonas, e mostra que é um dos melhores cineastas da geração.


O filme foi baseado no livro A Vida de Pi, e gira em torno de Pi Patel, um indiano com um grande senso de fé e imaginação. Ele cresceu em uma pequena cidade da Índia  e seus pais eram proprietários de um zoológico, o que dá ao menino uma intimidade no cuidado e carinho com os animais. Enquanto vive nesse cenário mágico, Pi se converte a diferentes religiões em busca de Deus e paz de espirito.
Na adolescência, seus pais decidem se mudar para o Canadá e vender os animais. Na viagem de barco que leva todos para o continente americano, um trágico naufrágio acontece e apenas Pi, uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre bengala sobrevivem no mesmo bote. Logo apenas o tigre e Pi ficam vivos e entram em uma jornada em busca da sobrevivência.
Quase humanizado, o tigre se chama Richard Parker, e os dois criam uma relação de medo e respeito que 
ao longo da história evolui para a chance de ambos. 


A história e os efeitos especiais dividem elegantemente o peso do filme. Ambos são importantes e juntos encantam a cada nova cena.
Quase tudo foi gravado em um estúdio, onde foi montado o falso oceano infinito que se mistura com o céu que se refletem como um só. Peixes voadores, águas-vivas e baleias brilhantes enchem os olhos e não deixam o cenário se tornar monótono. O destaque fica com a verossimilhança do tigre recriado digitalmente. O animal foi feito pelos mesmos estúdios que criaram o leão de Crônicas de Nárnia e é incrivelmente bonito e real.


A história não é apenas sobre um garoto e um bicho náufragos à la Tom Hanks e Wilson. O roteiro traz uma constante comparação de como a fé pode influenciar a razão, se tornando o ponto de sobrevivência terrena, mas também com algo de salvação interior. O livro traz mais que o filme as frases de efeito com pensamentos do rapaz, seus questionamentos, sua luta para ver a beleza de uma situação triste e solitária, e como crer no inacreditável pode ser algo que todos deveriam experimentar um dia na vida.


Meu único arrependimento em relação As Aventuras de Pi é que demorei muito a assisti-lo, por isso, se você ainda não viu ao filme, tente uma sessão em 3D ainda essa semana, pois ele pode sair de cartaz em breve e essa experiência vale a pena de ser vista na telona com bichos saltando na sua direção. 


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