O cavaleiro das trevas ressurge

Depois de Batman Begins (2005) e Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008), estreou há um mês o episódio final da trilogia. Mas como o termo trilogia não é mais respeitado por Hollywood, então creio que um quarto, quinto, entre muitos outros filmes na mesma linguagem possam ser aguardados, talvez não sob a brilhante direção de Christopher Nolan.

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge faz jus a todos os outros filmes, e creio que pode ser considerado o melhor entre eles. São quase três horas de muita tensão, olhos fixos na tela e a certeza de que Gotham City, dessa vez, não sobreviverá. Nem dá pra ficar incomodada com o tempo, já que o roteiro é muito bem amarrado, as referências aos filmes anteriores foram feitas sabiamente, e a quantidade de personagens interessantes conseguiu preencher bem cada minuto da história.

“Nós estávamos nessa juntos, e você se foi. Agora o mal... ressurge. O Batman tem que voltar.” (Jim Gordon)

“E se ele não existir mais?” (Bruce Wayne)

“Ele tem que existir…” (Jim Gordon)

Logo nas primeiras cenas retomamos ao ponto final do segundo, com a morte de Harvey Dent, o segredo de que ele havia se tornado o perigoso assassino Duas-Caras, e a culpa que ficou sob Batman. Após o incidente, o herói desapareceu das ruas da cidade, que, teoricamente, não precisa mais de um justiceiro. Do outro lado, também vemos um Bruce Wayne recluso e sofrendo pela triste morte de Rachel, seu amor de infância.

Falando nela, o que os outros filmes deixaram a desejar com personagens femininas, dessa vez compensou em dose dupla. Anne Hathaway é Selina, personagem que seduz e rouba homens ricos, e de vez em quando se veste com o famoso uniforme preto da Mulher Gato. Em nenhum momento ela é chamada assim, mas a referencia é clara. Outra nova personagem é Miranda, vivida por Marion Cotillard, filantropa, diva, e possível trelelê com Bruce.

“Você cometeu alguns erros, senhorita.” (Blake/Robin)

“Uma garota tem que comer.” (Selina)

“Bem, você tem um apetite e tanto.” (Blake/Robin)

Já a vilania fica por conta de Bane (Tom Hardy). O mascarado constrói um submundo nos esgotos da cidade e, quando pronto, o plano envolve uma bomba atômica, matar Batman, e todo o controle de Gotham City.

Enquanto isso, do lado policial da história, o comandante Gordon continua fazendo história, mesmo com aquela cara e bigodinho de quem não mata uma formiga, o policial que caiu nas graças de Batman, é o conector de vários pontos da história, desde o primeiro filme até o terceiro .

E, como já disse aqui, sempre achei essa história de Robin muito brega... Mas ai não dá pra resistir quando o personagem é interpretado pelo lindo do Joseph Gordon-Levitt (Oi, 500 Dias com Ela, 10 Coisas Que Odeio Em Você, A Origem... #divo). E além de ser ele, é o primeiro Robin realmente útil, esperto e valente que eu vi.

“Você não quer saber quem ele é?” (Blake/Robin)  

“Eu sei exatamente quem ele é: ele é o Batman.” (Jim Gordon)

Se você é do tipo que se pergunta: “posso ver este filme sem ter visto os outros dois?”, saiba que a resposta é não. O longa faz ligações claras com os anteriores, e principalmente com o primeiro. Por exemplo, o legado de Ra's Al Ghul é parte importantíssima, assim como o relacionamento de Bruce com o pai, o momento que fica órfão, a amizade com o mordomo Alfred, e o retorno do vilão psicótico Crane são alguns momentos relembrados.

Por isso, para aproveitar de verdade essa obra prima, o melhor é ver ou relembrar (como nesse post aqui), os dois primeiros . Comprar um big pote de pipoca, e se jogar na sala de cinema mais próxima.

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um aglomerado de bons comentários. Boa história, bons personagens, bons atores, bons efeitos, trilha sonora envolvente, pontas bem amarradas, e o desejo de que a trilogia realmente não acabe em apenas três filmes.