terça-feira, 30 de março de 2010

A missão de Eli

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 Divisor fácil de opiniões, ao ouvir falar de O Livro de Eli, escutei desde pessoas emocionadas que saíram do cinema aos prantos e totalmente inspiradas para seguir a vida, enquanto outros me falavam que era um dos filmes mais chatos e parados que já viram. Como, para cinema, sou totalmente empirista, fui até a sala mais próxima tirar minhas próprias conclusões.
O longa foi dirigido pelos irmãos Hughes, gêmeos idênticos que tem uma paixão por filmes com um "Q" de quadrinhos e uma boa dose de natureza humana crua e violenta. Neste último trabalho, os irmãos contam a história de Eli (Denzel Washington), um herói solitário com a missão de guardar um importante livro durante um período pós-apocalíptico, em meio ao caos da anarquia e de um planeta devastado pelo sol e também pela maldade. Para criar esse cenário, a produção (feita pelo mesmo cara que fez a trilogia Matrix) abusou de cenas extremamente secas, com muito pó e areia, e também se manteve do começo ao fim, fiel a cores marrons e beges, o que pode ser um bom motivo para explicar porque algumas pessoas acharam o filme cansativo.

   Naquela época, as pessoas tinham mais do que precisavam. Não tínhamos ideia de como as coisas eram preciosas. Jogávamos fora coisas que as pessoas matariam para ter agora. (Eli)

Por outro lado, o que me conquistou no filme, para variar, foi a essência do personagem principal, que mesmo quando tudo parece perdido, ele mantém sua fé e segue rumo ao que crê ser seu destino.
Não é segredo dizer que o livro que ele tanto guarda é o último exemplar da Bíblia, que é caçada loucamente por um homem que sabe o poder que terá ao tê-la. A intenção deste vilão é usá-la para expandir seu domínio, atingindo as emoções do povo e, no meu ponto de vista, de poder ser considerado o porta-voz de algo que todos desconheciam: um Deus, também traduzivel como uma esperança.
Nessa caminhada, Eli conhece Solara, uma jovem que, assim como a maioria das pessoas que nasceram depois do “flash” apocalíptico, nunca ouviu falar de um ser divino ou de um livro que serviria para dar força  em uma época tão difícil.


Meu Deus, obrigado por sua proteção e seus sinais ao longo do caminho. Obrigado por qualquer boa ação que eu tenha feito, e perdão pelas ruins. Obrigada pela amiga que fiz. Por favor, seja por ela como foi por mim. (Eli)

Eu sou do time que saiu do cinema inspirada e também incomodada com a pergunta: o que eu tenho feito para lutar pelo que acredito? Será que teria a força dos personagens dessa história se vivesse na situação deles? Ainda não tenho as respostas para essas perguntas, mas, como diz a base da filosofia, o importante é começar com a pergunta!
Outra parte inspiradora é quando Eli agradece pela janta com Solara. Nessa oração ele é grato pela cama, pela comida, pela nova amiga e pela vida que resistiu a mais um dia. Eu tenho o costume de fazer esse agradecimento todas as manhãs, mas agora faz muito mais sentido que antes...

Eu lutei a boa luta, eu terminei minha carreira,
e mantive a fé. (Eli recitando o versículo de 2 Timóteo 4:7)

3 comentários:

  1. Achei que o quote da última foto era da atriz que fez a Solara. "Eu terminei minha carreira e mantive a fé", hahaha.

    Bom, eu sou do grupo que achou o filme chato. Não que seja horrível, mas você tem na mão o Denzel Washington, Gary Oldman e 80 milhões, será que não dá pra fazer melhor? Foi igual "Do Inferno", puta elenco, grana a vontade e... não sei, falta alguma coisa. Se você vai ver um jogo do Sinop contra o Malutron, um gol de bico já tá valendo. Mas se é Manchester contra Barcelona, eu quero golaço!

    E você comenta algumas vezes sobre a fé que o faz seguir em frente, se nós teríamos a mesma força nessa situação, etc. O que o faz seguir em frente é só uma coisa, ser o mega-ultra-fodão-comigo-ninguém-pode com a faca na mão. E o ótimo roteiro nem se preocupa em explicar como ele desenvolveu habilidades tão triviais!

    Não, Hughes brothers, ainda não foi dessa vez.

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  2. 1) É uma história que pode levar uma boa discussão filosófica/teológica para as pessoas, sem usar o rótulo de "filme evangélico", assim como foi feito com Presságio. Estou curioso para ver este filme.

    2) A parte final do seu texto me lembrou o verso bíblico que diz "em tudo dai graças" (1 Ts. 5:18). A história de Corrie ten Boom em seu livro Refúgio Secreto mostra bem isso, quando ela e a irmã, presas em um campo de concentração nazista, tiveram que aprender este conceito, mesmo em meio de tanta morte e sofrimento.

    3) Feliz Páscoa atrasado ;-)

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  3. Então, concordo com a Raquel!
    Acho que os gêmeos, queriam a passar uma mensagem que devemos dar valor as coisas que temos.
    No caso da opinião do Beto sobre fé, creio que ser ULTRA-MEGA-MASTER-BLASTER pessoa, não adianta!
    Claro que devemos correr em busca de oportunidades, mas negar que existe um ser sobrenatural, que eu Karen acredito ser DEUS TODO PODEROSO e INEXPLICÁVEL, acho uma resposta muito vaga.
    Pois podemos conviver constantemente com coisas que fogem do controle humano.
    Exemplo: O homem não paga nada pra unha crescer, o homem nunca consegui desenvolver uma máquina tão potente como o corpo e outras cositas mais!
    Independente de acreditarmos em Deus ou não! Ele existe, e é fato que algumas pessoas colocam mais fé em suas obras do que nEle próprio, mas como leitora da bíblia, vejo que Deus permite passarmos a vida inteira sem Ele mas nunca nos permite morrer sem a chance de conhecê-lo.
    Fiz a opção de cre nEle cada dia mais.

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