Onde você estava quando ocorreram os atentados de 11 de setembro? Com certeza alguma vez na vida você ouviu essa pergunta batida, e por isso mesmo já tem a resposta na ponta da língua. A tragédia que marcou a história do mundo e, claro, principalmente a dos Estados Unidos, tem tentado ser cenário de filmes e livros com pouco conteúdo e muita apelação. A meu ver, desde então, nenhuma história com este foco me pareceu digna de ser comentada, mas acho que mudei de ideia com o lançamento de Tão Forte e Tão Perto.
Baseado no livro Extremamente Alto e Incrivelmente Perto, a história conta sobre o garoto de 11 anos, Oskar Schell, que perdeu o pai nos ataques às Torres Gêmeas. O menino passa quase toda a história em busca de uma fechadura que sirva em uma misteriosa chave que ele encontrou em meio as coisas de seu pai. A única pista é um sobrenome no envelope onde a chave estava. A partir daí, ele lista todas as pessoas em Nova Iorque que possuam aquele sobrenome, e sai em busca de uma por uma para tentar resolver o tal mistério que, no fundo, não passa de um band-aid para o buraco gigante causado na alma do menino pela morte do pai.
“Se algo for fácil de encontrar, então não vale a pena procurar” (Thomas Schell)
Como boa mulherzinha que já assumi ser, chorei bastante com todo o drama exagerado do roteiro, que também explora até a última gota a tragédia, só que dessa vez pelos olhos de um garoto excepcionalmente inteligente e diferente. Tirando o dramalhão, o filme é bem interessante pelo próprio menino, que é um ótimo ator e tabém pela jornada vivida por ele, conhecendo novas pessoas e tentando quebrar as barreiras que elas mesmas possuem. Entre estas pessoas está sua mãe (Sandra Bullock) e um velhinho inquilino de sua avó (Max von Sydow) traumatizado pela Segunda Guerra Mundial e que se comunica por bilhetes e um "sim" escrito na palma de uma mão e um "não" na outra. Algumas das cenas auges do longa são as discussões do garoto com estes dois personagens.
“Eu comecei com um problema simples: uma chave sem uma fechadura. Então eu desenhei um sistema. Quebrei tudo em pequenas partes, e tentei pensar cada pessoa como um número em uma gigante equação. Mas não está dando certo. Porque pessoas não são como números, elas são mais como cartas. E cartas querem ser histórias. E meu pai dizia que histórias devem ser compartilhadas”
(Oskar Schell)
(Oskar Schell)
Admito que fiquei um pouco decepcionada com o final. Meio óbvio e com cara de vamos colocar um lencinho umedecido com fragrância floral em cima da cara do espectador que chorou muito até agora. E the end. Sim, decepcionante, mas a viagem vale, como dito, pelo garoto e também pela sutileza do diretor ao mesclar diferentes cenas, acelerar falas, desacelerar quando necessário, encaixar personagens distintos, tudo em meio a uma viagem à procura de uma resposta para algo que não possui explicação.
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