Se Carlos Saldanha conseguiu fazer filmes encantadores com mamutes, preguiças e tigres no meio de muita neve, imagina o que este diretor conseguiria fazer com lindos pássaros coloridos na ensolarada cidade maravilhosa como cenário? Pois é... e assim começa Rio, a nova animação do diretor brasileiro que fez história na gringa e nos ganhou com a trilogia A Era do Gelo.
O roteiro do filme, que estreia hoje, dia 8 de abril, é muito familiar para nós brasileiros, por isso não dá pra sentir algo do tipo: “nossa, que roteiro inovador!”. O drama envolve contrabando de aves exóticas, romance, carnaval, pessoas felizes sambando nas avenidas do Rio de Janeiro, e muita música tipicamente brasileira, como sambas variados, bossa nova e até funks politicamente corretos.
"Voar não é o que você pensa aqui [cabeça] e sim o que você sente aqui [coração]"
O personagem principal é Blu, uma arara-azul macho que é vitima do contrabando e acaba crescendo muito longe de seu habitat natural. Criado como um bichinho de estimação, a ave não sabe voar e nem está muito interessado. Até o dia que ele é encontrado por um biólogo brasileiro e levado até o Rio de Janeiro para acasalar com Jade, a única fêmea da espécie. Geniosa e traumatizada pelos humanos, Jade é arisca e demora um pouco a se entender com Blu. Jade busca a liberdade, enquanto Blu simplesmente quer voltar para o aconchego da casa e da dona que o trata como uma criança indefesa. Buscando coisas diferentes, os dois se encontram “in the middle” e descobrem, na verdade, que suas buscas não fariam mais sentido se não estivessem juntos. Assim as necessidades são revistas para duas fofas criaturazinhas azuis, pois de que vale a liberdade ou uma bela casa, se sua soulmate está perdida por ai, em outro país.
Nem preciso dizer que ando meio romântica e também amo pássaros! E quem conhece de perto algum papagaio, arara, ou outra ave da família, vai saber apreciar a fidelidade da animação em relação aos movimentos e pequenas atitudes dos personagens principais.
Ainda falando da qualidade da animação, o filme é supercolorido e muito bem pesquisado. Desde a veracidade da textura e movimento de penas e pelos dos bichinhos, até um belíssimo desfile de carnaval, passando por prédios e paisagens cariocas que são como um retrato em desenho da cidade. Simplesmente encantador.
"Eu mereço! Estou presa ao único pássaro do mundo que não sabe voar"
Assisti ao filme em iMax, 3D e dublado. E recomendo que a humanidade faça o mesmo! O roteiro em português ficou muito engraçado e faz muito mais sentido, afinal, araras + Brasil = quero falas em português. Por outro lado, quem for ver o longa no original terá o prazer de ouvir as vozes de pessoas como o ator de A Rede, Jesse Eisenberg (Blu), Anne Hathaway (Jade), entre outros como Rodrigo Santoro (que dubla nas duas versões), Will.i.Am, do Black Eyed Peas, e Jamie Foxx.
Ainda falando de vozes, outra boa surpresa é a trilha sonora do filme, produzida por ninguém mais, ninguém menos que Sergio Mendes e John Powel, com canções em inglês e português, interpretadas pelos dubladores, e também por cantores bem conhecidos por aqui, como Ivete Sangalo, Bebel Gilberto e Carlinhos Brown. E prepare-se para muita música. Fazia tempo que as canções em filmes de animação eram simplesmente usadas como trilha de fundo, mas esse método já está fora se considerarmos filmes mais recentes como Enrolados e agora Rio. As canções são alegremente cantadas e dançadas pelos personagens, e voltaram a ser destaque. Bom para crianças e para quem gosta de musicais. Felizmente me encaixo em pelo menos uma das alternativas anteriores.
Abaixo está o trailer legendado, pois não gostei do dublado. Mas a dica permanece... assista a versão dublada!
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