sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A Origem

“Sonhos parecem reais enquanto estamos neles. Apenas quando você acorda é que percebe que algo estava estranho”

Assim que saí da sala de A Origem, eu só conseguia pensar em como poderia vir até aqui explicar para vocês o quanto gostei do filme. O que é difícil não pela complexidade da história exatamente, mas sim pela análise que o conteúdo pode causar.
O tema é o fantástico (e recorrente) mundo dos sonhos. O personagem de Leonardo DiCaprio (Cobb) é um especialista em roubar sonhos e ideias. Ele faz isso com uma equipe que se infiltra na mente da pessoa enquanto ela dorme. Só que desta vez, o desafio que ele terá que enfrentar será não só entrar na mente e roubar informações, mas sim implantar uma ideia.

O diretor do filme é Christopher Nolan, que já me ganhou há muitos anos com Amnésia, um dos primeiros filmes que vi na vida que invertia a ordem cronológica da história (sim, sou muito jovem!). Mais tarde Nolan mexeu de novo com minha cabeça com o filme Insônia. Que não me agradou, mas me fez ficar com sono a semana inteira. E ele conseguiu entrar de novo na minha mente com A Origem, pois sonhei com o filme a noite toda. Altamente sugestionável? Posso ser. A mente é um universo vasto e curioso e, assim como o personagem de DiCaprio propõe logo no começo, ela precisa ser treinada contra invasores... se ele tentasse me vender esse treino, provavelmente aceitaria.
E também aproveitaria para fazer uma limpeza de possíveis traumas, culpas e relacionamentos mal resolvidos. Pois se existe algo poderoso para mudar a vida de uma pessoa, e que fica claro no filme, é o subconsciente e seu lixo escondido. Uma das cenas mais marcantes é quando a mente do protagonista é exposta e um elevador cria a metáfora das camadas onde ele guarda sentimentos, pessoas e momentos que revive incansavelmente, por não conseguir ser livre.


“Ela trancou um segredo, bem dentro de si, algo que um dia ela soube que era verdade… mas então ela escolheu esquecer”


Explorar diferentes realidades, invadir a mente humana e inserir sonhos em sonhos são misturas básicas para fazer uma história filosófica ser legal, mas precisa ser muito bem feito. O primeiro exemplo que lembrei ao sair do cinema foi do filme A Cela, de Jennifer Lopez, no qual ela interpreta uma psicoterapeuta que deve invadir a mente de um psicopata em coma. Lá ela passa por um subconsciente doente e cheio de perigos para descobrir onde está escondida a última vítima do assassino. Boa ideia, bons efeitos especiais, mas mal elaborado, mal escrito e pior interpretado.
O que não é o caso de A Origem, que conseguiu mesclar bem a ação e explosões hollywoodianas, com o clima reflexivo do drama psicológico criado. Sem falar no elenco, que está impecável. Vale conferir e rápido, antes que saia de cartaz!


Trailer - A Origem

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